"As aparências enganam", amigo.

É, já diriam minha bisavó, minha avó, minha mãe, eu e talvez irão dizer meus filhos, netos e bisnetos esta célebre máxima. Verdade seja dita, aparências enganam e muito. Ou pelo menos enganam nossos momentos de fraqueza. O que me inspirou a refletir sobre isso, é o livro Tia Julia e o Escrevinhador, do peruano Mario Vargas Llosa. Se me permitem a ousadia, faço um breve resumo da cena:

Dois trabalhadores de uma empresa conversam e chega um estranho que lhes pede o material de trabalho. O ar desse estranho parece prepotente aos outros dois e, como estes nunca o tinham visto, não gostaram da abordagem. No entanto, o chefe chega e apresenta o desconhecido como novo colega de firma. Esse integrante novo, que também já não estava tão confortável com a situação, velozmente se apresenta: "- Pedro Camacho, um amigo." E quando ia retirar-se, ainda diz: "- Não guardo rancor dos senhores, estou acostumado com a incompreensão das pessoas. Até sempre, senhores!"

Creio que o Pedro é um cara esperto. Sensacional, brilhante, I would say!
Quando eu li, em especial essa última fala, algo que às vezes em meus pensamentos parece tão confuso de conceituar, iluminou-se de repente.
Achei muito interessante a maneira como o autor propôs essa atitude tão verdadeiramente e tão facilmente em uma cena que ocupa, quando muito, duas páginas e que, muitas vezes, ocupa muitos anos de nosso compreendimento.
Certamente a experiência de vida celebra essas noções de valores.
Nunca é cedo demais para aprendê-las.
E também nunca é tarde de mais.


Buenas e hasta siempre!

Eu cansei...e você?

Cansei de discutir problemáticas sociais.
E cansei de não ver resultado nenhum.

Me parece que o conhecimento, a informação estão impregnados de um ar de supremacia, de um charme "cult", como se fossem característica de algumas classes sociais e de outras não.
O Brasil é um país tão grande e tão diversificado culturalmente, mas pobre na estratégia inteligente de fazer com que sua população seja também inteligente.
Cada vez mais eu sinto que os debates de questões sociais como renda concentrada, corrupção, falta de saneamento básico, problemas raciais(...), são algo que algumas classes gostam de discutir pra dizer que tal coisa é REALMENTE tal coisa, sem ouvir a voz de outras que participam também dessa realidade social.
Não sei se é só minha impressão, porém vejo que seminários, conferências, palestras(...) sobre esses assuntos são, em sua maioria, ministrados para acadêmicos, professores disso, doutores daquilo, ou seja, o conhecimento básico social se torna algo restrito à poucas pessoas.
E essas discussões acontecem todos os meses, todos os anos...e é sempre a mesma coisa, as mesmas conclusões.

Não sei muito bem o que pensar disso tudo.
Nem sei como que a gente atura uma sociedade desse jeito.
Não sei como que a gente vê, porém não enxerga.
E muito menos tenho idéias de como mudar.
Parece que nem "nós" nem os "outros" sabemos exatamente o que gostaríamos que fosse diferente.
E tudo continua como uma bola de neve...que gira, gira, gira e acaba queimando ao sol do país tropical.

Eu tô certa? Errada?
É amigo, nem eu sei, nem eu sei ;)

Uma boa noite.